Rio Hamza

Rio Hamza
Por: Marcelo Leal


O Hamza é um aquífero (formação geológica, porosa ou fraturada, permeável, capaz de armazenar e fornecer água em grande quantidade) recentemente descoberto no estado do Amazonas. Sua descoberta foi realizada após análise de 241 poços de petróleo desativados da Petrobrás, perfurados entre 1970 e 1980, fruto do trabalho de doutorado de Elizabeth Pimentel, coordenado por Hamza.

Foi constatato uma grande movimentação de água a 4.000 metros abaixo da superfície de oeste para leste sob as bacias dos rios Solimões, Amazonas e Ilha de Marajó e desaguando nas profundezas do Oceano Atlântico, sob a foz do rio Amazonas. O que tudo indica é que o Hamza ainda está em estudo, mas os pesquisadores afirmam que sua nascente é no estado do Acre e percorre cerca de 6.000 quilômetros antes de desaguar no Oceano Atlântio logo abaixo da foz do Amazonas.

Apesar de muitos acreditarem que o Hamza ser um aquífero, o pesquisador que batizou o nome do rio (Valiya Hamza) afirmou em jornal o Globo que: “ Não é um aquífero, que é uma reserva de água sem movimentação. Nós percebemos movimentação de água, ainda que lenta, pelos sedimentos. A velocidade de curso do Hamza é menor também, porque o fluxo de água tem que vencer as rochas existentes há quatro mil metros de profundidade. Enquanto o Amazonas corre a 2 metros por segundo, a velocidade do fluxo subterrâneo é de 100 metros por ano. Contudo, ainda vamos determinar a velocidade exata do curso da água”.1

Acrescenta-se ainda que este, é alimentado pela infiltração das águas dos rios da bacia amazônica e das chuvas, vazão de 3.090 m3/s, distância entre uma margem e outra varia de duzentos a quartrocentos quilômetros, suas águas correm subterraneamente a uma velocidade irrisória se comparada aos rios da superficie terrestre e varia de 10 a 100 metros por ano. Apesar de ser um rio subterrâneo, sua vazão (quantidade de água jorrada por segundo) é maior que a do Rio São Francisco, que corta o Nordeste brasileiro. Enquanto o Hamza tem vazão de 3,1 mil m³/s, a do Rio São Francisco é 2,7 mil m³/s. Mas nenhuma das duas se compara a do rio Amazonas, com 133 mil m³/s.

Pelo exposto, percebe-se que esta descoberta trata-se do aparecimento de novas possibilidades de água potável proveniente de novas fontes, sendoportanto um novo horizonte que se abre principalmente para as cidades nordestinas que tanto sofrem com a falta d’água, fato que nos mostra que a Natureza ainda pode nos oferecer imensos caminhos alternativos.





Fonte: Carvalho, Eduardo. Novo rio subterrâneo na Amazônia pode ser o maior do mundo. Globo Natureza. São Paulo-SP. 2011. Disponível em: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2011/08/novo-rio-subterraneo-na-amazonia-pode-ser-o-maior-do-mundo.html>. Acesso em 14 de novembro de 2012.